Confesso que caminhei pregando tais palavras quase como um mantra, aceitei alienado, a simplicidade de uma teoria nascida na alegria, que ao contrário da tristeza não persegue o coração humano.
Então será que amar não se aprende sofrendo?
Afinal de contas é isso que nós buscamos, é esse o caminho que incontestavelmente seguimos!
Muitas vezes temos em nossas mãos corações alheios e cheios de amor, dados como um presente perfeito.
Como bons irracionais que somos, renegamos, talvez pela ausência do fator conquista ou pela delicada e revigorante massagem no ego.
Sem ao menos lavar as mãos, ao soltar o coração ardente que renegamos, levamo-las ao peito e seguramos o nosso próprio coração contaminando-o, não com o amor recíproco e óbvio, mas com um amor burro e sem perspectiva.
Aquele que escolhe a pessoa errada, a hora errada e que não conhece o bom senso.
Esse amor condenável que possui intimidades com o orgulho, com o desprezo, a humilhação e claro, com a tristeza!
Contaminados, buscamos conquistar o ser amado com palavras, declarações, presentes.
Não há medida para a flagelação que vivemos ao entregar nossos corações repletos desse amor nas mãos de alguém desinteressado, limpo desse sentimento.
E assim somos só mais um elo dessa corrente oxidada pelas lágrimas humanas.
Há quem diga que o amor é a essência do paraíso, eu digo que a essência que leva aos céus é a mesma que empurra ao inferno.
Amar se aprende mesmo amando,
Carlos Drummond
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